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Reabilitação

Terapia Senior

Antes de falar em reabilitação, precisamos definir quais os pacientes que necessitam de uma avaliação, o que é capacidade funcional, autonomia e independência.

 

A capacidade funcional pode ser definida como o grau de preservação da habilidade em executar, de forma autônoma e independente, as atividades de vida diária básicas e as atividades instrumentais de vida diária dependentes de habilidades físicas e mentais. A limitação da capacidade funcional é expressa por meio de dificuldade em 4 ou mais atividades de vida diária, sendo influenciada por variáveis sociodemográficas, de saúde e sociais, como: o analfabetismo, idade acima 65 anos, ter sido internado nos últimos 6 meses, apresentar problemas visuais, história de acidente vascular cerebral, autoavaliação pessimista da saúde, não visitar amigos e parentes, não ser proprietário de uma casa própria.

 

A independência e a autonomia se referem ao exercício de autodeterminação, associado à liberdade individual, privacidade, livre escolha, autorregulação e independência moral.

 

A perda da autonomia e da independência leva o idoso a um quadro de fragilidade, sofrimento, exacerbação de sua doença e vulnerabilidade.

 

Observa-se que o equilíbrio entre a saúde e a doença começa a ser rompido, principalmente sob a ação do processo de envelhecimento, aumentando a vulnerabilidade física, prejudicando a capacidade funcional e aumentando as chances de fragilidade.

O idoso frágil apresenta várias doenças crônicas e tem algumas limitações quanto ao exercício de atividades de vida diária e, clinicamente, apresenta alterações que levam a maior vulnerabilidade biológica. Por exemplo, a sarcopenia, a perda de peso e a diminuição da capacidade imunológica; as doenças crônicas; as limitações vasculares, neurológicas e sensoriais.

O idoso frágil tem um rápido declínio do estado de saúde e da sua capacidade funcional.

 

Neste momento em que se define qual o idoso que precisa de cuidados e de reabilitação, percebe-se que o trabalho apenas está começando, que vai ser longo e nem sempre o resultado será o total restabelecimento da capacidade funcional, porém o pouco de melhora nas atividades, na busca da autonomia e da independência, melhora em muito a qualidade de vida.

 

A reabilitação é um conjunto de intervenções avaliativas, diagnósticas e terapêuticas cuja proposta é restaurar a habilidade funcional ou aumentar a capacidade funcional residual em idosos com deficiências incapacitantes (Wells et al).

 

Segundo Perracini, Najas & Bilon, é o conjunto de intervenções diagnósticas e terapêuticas cujo objetivo é manter e/ou restaurar a capacidade funcional de idosos, otimizando o potencial individual.

 

A reabilitação visa otimizar a capacidade funcional, entretanto é preciso enfatizar a reabilitação preventiva, ou seja, a intervenção precoce, que visa a promoção do envelhecimento saudável e a manutenção ou a recuperação máxima da capacidade funcional.

Por exemplo, um paciente obeso com osteoartrose de joelho não deveria ter a reabilitação somente após a queda e a fratura, deveria ser monitorado e ter a reabilitação preventiva e assim diminuir os riscos evitando as sérias complicações.

 

Instrumentos de avaliação para reabilitação:

 

1 - Capacidade funcional global: BOMFAQ; Katz ALD Index; Bardthel; Lawton; Medida de Independência funcional (MIF); Health Assessment Questionnaire (HAQ).

2 - Mobilidade: Timed up and go test (TUGT); Performance-Oriented Mobility Assessment (POMA); Funcional Reach Test (FR); Balance Scale; Dynamic Gait Index.

3 - Cognição: Mini exame do estado mental (MEEM).

4 - Estado Psicoafetivo/sintomas depressivos: Geriatric Depression Scale (GDS).

5 - Tolerância ao exercício: Teste de caminhada em 6 minutos.

6 - Qualidade de vida: Short-Form (SF-36); WHOQOL-100; WHOQOL-bref.

 

De acordo com as informações obtidas, após a escolha do melhor método de avaliação, a respeito do estado geral de saúde e funcionalidade do paciente idoso, recomenda-se que a classificação de cada caso seja feita pelo preenchimento do “check list” padronizado pela Organização Mundial de Saúde.

 

Esse formulário de uso clínico mostra os aspectos positivos e negativos para cada domínio do CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde), e a partir deste modelo é realizada a avaliação do potencial de reabilitação, influenciado pelos aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais, podendo ser mensurada de forma mais objetiva, e tendo, portanto um melhor planejamento da reabilitação, visando à recuperação da função ou a compensação e a adaptação do paciente idoso.

 

Definiu-se o quadro clínico, a alteração funcional, depois o tipo de reabilitação, e agora em posse deste quadro deve-se individualizar o tratamento e incluir o cuidador/família, explicando qual a finalidade da reabilitação e que o idoso difere de outro quanto ao quadro de envelhecimento, de doenças e de recuperação, ou seja, personificando o tratamento.

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